Eu amo Chico Buarque

O jornal O Globo decide ouvir várias personalidades sobre a condenação de Lula a 9 anos e meio de prisão, sentença proferida por Sergio Moro. Entre elas, elege Chico Buarque que, consultado, redige cinco palavras: “O Globo faz a diferença”. Para não pairar dúvidas, completa com uma nota curta: “Quero que publiquem”.

A frase de Chico ironiza o título do Prêmio Anual dado pelo jornal – o “Quem faz diferença” – que em 2015 premiou Sergio Moro (e ele aceitou, algo inconcebível em qualquer País sério).

Apesar de sutil, a crítica de Chico é clara e inteligente, o que não é nenhuma novidade, eu sei. Através dela, Chico contesta a cobertura parcial e enviesada do jornal à Operação Lava Jato, que se negou por diversas oportunidades a noticiar o “outro lado” da polêmica, regra básica do jornalismo desde o século 19.

A frase de Chico chegou à redação do jornal, mas não foi publicada, em um gesto não só indelicado, mas ditatorial, que revela como age essa gente que se diz defensora da liberdade de expressão. Eles defendem a liberdade de expressão desde que … o que vier a ser dito não os incomode ou conteste.

Toda solidariedade a Chico Buarque.

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